domingo, 14 de dezembro de 2008

4ª Aula

Conversamos sobre um texto de Clarice Lispector de título "Meu natal". Alguns de nós então compartilhamos nossas experiências sobre o natal. A observação de que certas datas de cunho reflexivo têm cada vez mais apenas servido como pretexto para o consumo, inclusive de álcool, obteve a concordância de todo o grupo. Depois disso, assistimos ao documentário "Janela da Alma", que trata da relação entre visão e sensibilidade, e mesmo da independência de uma em relação a outra. Mesmo já tendo assistido, de bom grado assisti novamente.

3ª Aula

Começamos discutindo o filme assistido no dia anterior. O tema que gerou mais comentários foi a situação do sistema de saúde e, em especial, o descaso de alguns médicos quanto às suas obrigações. Vários participantes contaram suas próprias experiências em relação a esse problema, num verdadeiro desabafo coletivo. Em seguida, vimos e comentamos algumas pinturas cujo tema era a medicina. Interessante notar, por exemplo, como a mesma representação de um médico à beira do leito de uma criança enferma leva às mais variadas impressões.

2ª Aula

Assistimos ao filme "Invasões Bárbaras". Tantas e tão relevantes são as questões nele abordadas que me abstenho de fazer qualquer comentário, até porque não estou certo se o leitor o assistiu, de modo que não quero diminuir o ineditismo que possa haver na obra. Então, faço uma sugestão: assista a "Invasões Bárbaras" e conte aqui o que achou...

sábado, 13 de dezembro de 2008

Literatura e Medicina

O romance "Reparação", do premiado escritor inglês Ian McEwan, é, num nível mais imediato, um drama psicológico que tem como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial e as tensões de classe da sociedade britânica. Quanto ao assunto específico dessa página, há um personagem, Robbie Turner, que, após se formar com honras em Literatura, nutre o desejo de estudar Medicina. Eis uma reflexão sua, apresentada-nos pelo narrador:

"(...)Nas estantes, livros de referência de medicina e meditações, sem dúvida, mas também os livros que agora enchiam seu cantinho no sótão do bangalô — os poemas setecentistas que quase o haviam convencido a se tornar paisagista, seu exemplar de Jane Austen de terceira edição, Eliot, Lawrence, Wilfred Owen, as obras completas de Conrad, sua inestimável edição de 1783 de A aldeia de Crabbe, Housman, o exemplar de A dança da morte autografado por Auden. Pois essa era a questão, sem dúvida: ele seria um médico melhor por ter estudado literatura. Que leituras aprofundadas a sua sensibilidade refinada não faria do sofrimento humano, da autodestruição ou do azar que leva os homens à doença! Nascimento, morte e, entre os dois, a enfermidade. Ascensão e queda — esse era o tema do médico, e da literatura também. Estava pensando no romance do século XIX. Tolerância larga e visão abrangente, coração discretamente caloroso e cabeça fria; um médico como ele estaria atento para as configurações monstruosas do destino e para a negação inútil e cômica do inevitável; ele tomaria o pulso enfraquecido, ouviria o último suspiro, sentiria a mão febril começando a esfriar e meditaria, como só fazem os que conhecem a literatura e a religião, sobre a mesquinhez e a nobreza da espécie humana...(...)"

1ª Aula

No primeiro encontro, foram expostos os objetivos da disciplina, que nasceu da necessidade de um espaço voltado para a humanização, através das artes, do estudante de medicina. Em seguida, os acadêmicos foram convidados a escrever um texto reflexivo intitulado "Quem sou eu?". A leitura dos textos gerou alguns momentos tocantes, outros engraçados, tendo sido de fato uma experiência enriquecedora. Por fim, lemos e comentamos alguns poemas de Florbela Espanca.

Para começar...

...algo cuja única relação com a medicina é o fato de possuir propriedades terapêuticas, o gênio Andrés Segovia tocando Contemplación de Federico Moreno-Torroba: